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2017: UM ANO MARCADO POR PERDAS E LUTAS DOS...

2017: UM ANO MARCADO POR PERDAS E LUTAS DOS TRABALHADORES BRASILEIROS
Por Suely Torres
 
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(Foto: Paulo Rogério "Neguita")
 
Há anos, o Brasil mergulhou em uma crise política e econômica sem precedentes. Os trabalhadores brasileiros, assim como toda população, têm arcado com as conseqüências dessas crises, com maior profundidade desde 2014. É verdade que a base para a crise econômica brasileira, assim como tem ocorrido em vários países, é a crise estrutural do capital e a sua alternativa neoliberal. 
 
A diferença é que no Brasil, além da crise do capital, estamos enfrentando um processo de corrupção sem precedentes na nossa história, envolvendo os poderes constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais são manchetes dos noticiários há alguns anos, provocando um sentimento de insegurança e perplexidade na sociedade. 
 
Como saída à crise do capital, o atual governo brasileiro apresenta propostas que favorecem apenas o mercado e o capital financeiro como, por exemplo, Medidas Provisórias e os Projetos de Leis que estão sendo aprovados pelo Congresso Nacional, os quais tiram direitos dos trabalhadores e do povo, além de avançar na construção de políticas conservadoras que não dão respostas às necessidades da população e da nação. Muito pelo contrário, têm jogado o país no mais absoluto retrocesso. 
 
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que proíbe investimentos públicos para os próximos 20 anos, promulgada no mês de dezembro do ano passado, já está causando impactos profundos nas políticas sociais como educação, saúde, transporte público, habitação, enfim, nos investimentos necessários à infraestrutura do país. 
As propostas de Reformas como a Trabalhista e Sindical, a Previdenciária e, de quebra, a Terceirização e a Portaria 1.129 do ministro do trabalho, Ronaldo Nogueira, que dificulta o combate ao Trabalho Escravo existente no país, trazem as piores sequelas à vida dos trabalhadores e, consequentemente, ao desenvolvimento. 
 
Em contrapartida aos constantes ataques, o nosso Sindicato, em conjunto com todo Movimento Sindical e os trabalhadores de várias categorias, assim como os movimentos sociais, têm realizado inúmeros protestos
como o Dia Nacional de Mobilização, o “Esquenta Greve”, o “Ocupa Brasília”, a Greve Geral e o “Acorda Brasil”. 
 
A luta foi incansável durante o ano, onde foram realizadas inúmeras manifestações nacionais, estaduais e nos locais de trabalho como paralisações e greves das categorias profissionais, além de reuniões e Audi- ências Públicas, no sentido de convencer os parlamentares a não aprovarem essas famigeradas propostas. 
 
Lamentavelmente, o compromisso da maioria dos parlamentares que ocupam o Congresso Nacional hoje, assim como o governo, é com os interesses do capital e não com os interesses dos trabalhadores, da população e nem com o desenvolvimento do país. E, como consequência, estamos vivemos uma realidade de profunda quebra de direitos, rumo a um futuro incerto, com o agravamento do caos político e social, já estabelecido.
 
Para o Movimento Sindical, os trabalhadores e a população organizada não resta alternativa, a não ser continuar lutando para reestabelecer os direitos constituídos, a democracia, a soberania e o desenvolvimento do país, com valorização do trabalho. 
 
Para isso, além das tradicionais formas de luta, os trabalhadores e a população, juntamente com suas organizações sindicais e os movimentos sociais precisam realizar esforços para eleger em 2018, governos e parlamentares comprometidos com um Projeto de Nação, onde o principal objetivo seja o desenvolvimento nacional sustentável, uma economia soberana, a valorização e o equilíbrio das relações de trabalho.