PREVIDÊNCIA SOCIAL: REFORMAR PARA PRIVATIZAR
PREVIDÊNCIA SOCIAL: REFORMAR PARA PRIVATIZAR
A Reforma da Previdência, proposta inicialmente apresentada pelo governo Temer, pode se tornar, assim como com a Reforma Trabalhista, o bode expiatório para outros fins mais perversos, bem além do que se apresenta.
Segundo a equipe do governo recém-eleito, a proposta é aumentar ao máximo a idade e os anos de contribuição, condenando os trabalhadores a trabalharem até morrer, abrindo o caminho para a Previdência Privada, semelhante a que ocorreu no Chile, que tem a simpatia e concordância do todo poderoso Paulo Guedes, principal mentor intelectual e político do novo governo.
Para se ter ideia, a privatização da Previdência Social Chilena está exigindo esforços cada vez maiores de quem já trabalhou a vida inteira. O fundo, transferido para a iniciativa privada na década de 1980, na época em contrato elogiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), enfrenta um dos momentos mais complexos dos últimos 30 anos.
A redução no valor das pensões e aposentadorias está provocando uma onda crescente de suicídios no país. O Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), publicou estudo mostrando que entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tiraram sua própria vida. No caso dos maiores de 80 anos, em média, 17,7 a cada 100 mil habitantes recorreram ao suicídio. Com isso, o Chile ocupa atualmente a primeira posição entre número de suicídios na América Latina.
Os estudos são alarmantes e se dão, sobretudo, por uma conta simples. Quanto mais avançada à idade, maior a necessidade de cuidados específicos com a saúde. Mas, como se sabe, o acesso aos sistemas públicos de saúde (semelhante a do Brasil) e até mesmo ao setor particular, é complicado e caro. Trocando em miúdos, é preciso ter uma situação financeira organizada para atravessar a última etapa da vida.
Infelizmente, essa é a proposta e intenção do governo que tomará posse em 1º de janeiro de 2019. Para ele não importa se os trabalhadores aposentados e pensionistas terão condições de viver com valores miseráveis, que não conseguirão cobrir as despesas nem dos medicamentos necessários à essa etapa da vida humana, muito menos conseguirão pagar as despesas com aluguéis, água, luz, transporte e alimentação. O aposentado no Brasil está fadado a morrer de fome e viver nas ruas, pois não terá condições à uma vida digna, mesmo depois de ter trabalhado a vida toda para construir as riquezas do país.