O DISCURSO CONSERVADOR VEM ATRAINDO CADA VEZ MAIS JOVENS
Historicamente, a juventude vem sendo associada à rebelião, no caso, em relação ao questionamento das instituições caracterizada pela insubordinação às tradições sociais. Essa inconformidade do jovem com o sistema e a sociedade não é por menos, afinal, ao longo dos últimos anos o mundo presenciou movimentos de contracultura como, por exemplo, o movimento punk, os protestos de estudantes em universidades, entre outros.
Infelizmente, a realidade atual segue a contramão desse histórico de lutas. Os ideais progressistas já não são mais adotados pelo jovem, ideais que antes eram vistos como contestadores. Sua representatividade vem sendo influenciada por movimentos conservadores, seja na religião, política ou costumes.
Apesar de tudo, é preciso entender que existe uma falha de comunicação entre os discursos. Os progressistas, que buscam se posicionar de forma coerente com assuntos mais polémicos, esquecem que alguns valores humanos precisam ser reafirmados. E os conservadores, por sua vez, se reduzem a uma visão estereotipada do que é ser progressista, no sentido pejorativo, e acabam vendo constantes ameaças onde não existem.
De acordo com um estudo realizado pela Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul), sobre o discurso conservador brasileiro nas mídias digitais, o que prevalece são os ideais cristãos e críticas contra qualquer movimento que se proponha a repensar modos de estar na sociedade. As lutas das minorias que buscam igualdade no meio social são constantemente atacadas e banalizadas.
Contudo, os defensores do conservadorismo precisam escutar a própria impossibilidade de suas reivindicações. De nada adianta um conservadorismo que defenda os valores sagrados da família hétero, branca e de privilégios masculinos, se ele é insensível aos problemas das periferias, mulheres, gays, transexuais, negros e outras minorias políticas.