Sim, o mundo é grande, variado e complexo para um entendimento rápido de como vivemos e somos comandados.
No entanto, não precisamos ir muito longe e basta um olhar para os fatos atuais e facilmente podemos entender os impactos causados na vida e na sociedade de muitos países.
No nosso caso, o Brasil, carregamos ainda a marca da escravidão em todas as esferas de relações em que vivemos.
Quando pensamos nos trabalhadores resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão no sul do nosso país, podemos fazer, infelizmente, essa correlação. Podemos citar ainda as tragédias sociais, humanitárias e ambientais do litoral norte de São Paulo, dos Yanomamis na região norte, o negacionismo na pandemia da Covid e a tragédia em Mariana, Minas Gerais.
Perversidades, pasmem, que vão sendo aprimoradas com o avanço da tecnologia. Hoje, o apoio financeiro do Ocidente na guerra da Ucrânia é três vezes maior do que o necessário para combater a fome no mundo. Essa informação está dada em vários veículos de comunicação no Brasil.
Muitos se sentem como os senhores do universo e donos de pessoas. Essa regra de mercadoria, compra, venda e descarte é própria da mentalidade do capital.
Tudo isso contribui para uma sociedade que exclui e coloca à margem aquilo que não quer ver. Crueldades, preconceitos que geram a fome e a miséria e que têm como alvos no dia a dia: os negros, as mulheres, os nordestinos, os indígenas, os idosos, as comunidades LGBTQIAP+, os deficientes e os soropositivos, que são maltratados e estigmatizados, entre outros.
Precisamos nos fortalecer diante desse jogo de comando e domínio. Precisamos de uma sociedade que cuide de pessoas, de seres humanos, com empatia e responsabilidade para dirigir e criar condições de mudança na vida dos que mais necessitam.
Chiquinho dos Padeiros
Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e da Febrapan (Federação Brasileira dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação, Confeitarias e Padarias) e Secretário Nacional de Organização, Formação e Políticas Sindicais da UGT.