DEPOIS DE MUITA LUTA, TRABALHADORES CONQUISTAM...
DEPOIS DE MUITA LUTA, TRABALHADORES CONQUISTAM MANUTENÇÃO DOS DIREITOS E REAJUSTE ACIMA DA INFLAÇÃO
Por Suely Torres
(Fotos: Paulo Rogério "Neguita")
Como ocorreu no ano passado, o sindicato patronal, ao invés de acatar a Pauta de Reivindicação dos Trabalhadores, apresentou uma pauta de reivindicação dos patrões e, pasmem, retirando vários direitos da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Entre os direitos que os patrões queriam retirar da nossa CCT estavam as cláusulas sobre a homologação e a CIPA. Além disso, os patrões queriam congelar o valor da PLR e do Dia do Padeiro, diminuir o horário do almoço para 30 minutos e pagar um piso salarial menor para os trabalhadores em período de experiência.
Indignado com a postura do patronal, o nosso Sindicato argumentou que era impossível para a categoria perder mais alguma coisa para os patrões, pois, desde que começou essa maldita crise, apenas os trabalhadores e o povo têm perdido direitos, pagando uma conta que não é deles.
Diante da negativa por parte do nosso Sindicato em aceitar a indecente proposta dos empresários, o sindicato patronal recuou e apresentou uma proposta de reajuste linear de 2,50% nas cláusulas econômicas, aumento de 10,45% na Cesta Básica, aumento de 6,30% no valor do Dia do Padeiro e manutenção das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho anterior, a qual foi aprovada pelos trabalhadores em assembleia.
A LUTA PARA MANTER OS DIREITOS E CONQUISTAR REJUSTE SALARIAL!
A nossa Campanha Salarial de São Paulo, assim como a da categoria no ABC em junho, não foi nada fácil. Os patrões, como já haviam tentado fazer no ano passado, queriam retirar da Convenção Coletiva de Trabalho anterior direitos conquistados pelos trabalhadores há décadas.
O principal e único argumento dos representantes dos empresários é que a crise econômica que assola o país está prejudicando os lucros dos patrões. Segundo o sindicato patronal, o setor está sendo bastante prejudicado e, portanto, não tem condições de reajustar os salários e nem manter algumas cláusulas da CCT, proposta que foi prontamente rejeitada pelo nosso Sindicato.
Se valendo da nova Lei Trabalhista, o sindicato patronal de pronto já queria tirar a homologação da CCT, o que significaria fazer as homologações nas empresas sem a presença do nosso Sindicato, deixando os trabalhadores nas mãos dos patrões, sem qualquer proteção, no caso de erros nos cálculos demissionários.
Outra pérola do patronal que também está na Lei da Reforma Trabalhista era diminuir o horário de almoço da categoria de 1 hora para 30 minutos. Ora senhores, o horário do almoço de 1 hora não serve apenas para os trabalhadores fazerem a refeição, ela é fundamental para a recomposição do organismo para enfrentar o segundo período de trabalho.
Diz respeito, também, a saúde e segurança do trabalhador, pois o organismo precisa desse tempo para manter a atenção necessária ao exercício das funções. Argumentou Chiquinho Pereira, presidente do nosso Sindicato, aos empresários.
Além das duas reivindicações acima citadas, os empresários queriam que os trabalhadores aceitassem um piso salarial diferenciado (a menor) para os trabalhadores em período de experiência, congelar a PLR, o valor do Dia do Padeiro e retirar a cláusula da CIPA. O nosso Sindicato rejeitou todas as propostas do patronal.
Diante da rejeição e da ofensiva do nosso Sindicato e dos trabalhadores, o sindicato patronal apresentou a proposta de reajuste linear de 2,50% nas cláusulas econômicas, aumento de 10,45% na Cesta Básica, aumento de 6,30% no valor do Dia do Padeiro, a Homologação continuará sendo feita no Sindicato e manutenção das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho anterior.
Temos alertado os trabalhadores da nossa categoria que a tendência é essa situação piorar. Por isso, o único caminho é fortalecer o nosso Sindicato, continuar contribuindo com as arrecadações e taxas sindicais, participando das assembleias, reuniões e seminários, pois, com a nova Lei, os patrões estão ávidos e bem à vontade para retirar nossos direitos e conquistas. Para os trabalhadores só resta a unidade, a mobilização e o fortalecimento de suas lutas. Diz Chiquinho Pereira.
IMPORTANTES AVANÇOS!
Mas nem tudo foi ruim nessa Campanha Salarial. O nosso Sindicato conseguiu colocar na nossa Convenção Coletiva de Trabalho uma cláusula contendo os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), seguindo a orientação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Os sindicatos convenentes comprometem--se a promover ações e debates com a sociedade para aderir aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Previsto na agenda mundial que conta com 17 objetivos e 169 metas a serem adotadas até 2030, essa Agenda Global foi adotada pelas Nações Unidas em 2015 e assinada por 193 países, entre os quais o Brasil.
Os sindicatos têm como objetivo a defesa dos interesses do setor econômico e da sociedade em geral, e realizam esse trabalho, partindo da ideia de que unidos esses homens e mulheres são mais fortes e capazes de promover mudanças.
A ação sindical aborda questões que vão além do debate sobre salários e condições de trabalho. Saúde, educação, segurança, mobilidade urbana e outros temas impactam a vida do trabalhador, da trabalhadora e de seus familiares, permeando seus medos, sonhos e desafios.
Essa realidade também transforma a capacidade de interação dos sindicatos com outros interlocutores: poder público, meios de comunicação, universidade e outras organizações que ampliam o aspecto e o trabalho
desenvolvido pelas entidades sindicais.
Outra questão importante nessa luta foram os Acordos realizados nas empresas, onde os trabalhadores conquistaram reajustes bem acima da inflação, além da manutenção das cláusulas do Acordo anterior. Mas, para isso, os trabalhadores se organizaram, participaram das assembleias e não se intimidaram com a ganância dos patrões. Isso só confirma o que temos falado para a toda categoria: a unidade, mobilização e a luta são as alternativas dos trabalhadores na luta para manter as conquistas e ampliar os direitos!