A greve dos caminhoneiros é justa e expressa o sentimento de indignação da população brasileira contra as políticas do governo que só têm tirado direitos e não atendem aos anseios do povo.
O país está sem rumo e desgovernado, onde a crise política e econômica têm levado a sociedade a conviver com o desemprego, a falta de segurança, a péssima qualidade da educação, a falta de atendimento à saúde pública, a insegurança política, os baixos salários, empregos precarizados, entre tantas mazelas.
Porém, nada, absolutamente nada, deve ameaçar a democracia do nosso país, que foi conquistada a custa da vida de muitos companheiros e companheiras e das lutas realizadas pelo povo, em um passado não muito distante. Devemos apoiar e defender a greve dos caminhoneiros, porém, temos que rejeitar os movimentos oportunistas que se aproveitam dessa justa mobilização para impor suas ideias retrógradas e atrasadas, que colocam a nossa soberania e a nossa democracia em risco. Isso, o nosso povo, os setores democráticos e os trabalhadores não podem permitir, jamais!
Sem sombra de dúvidas, a greve dos caminhoneiros representa a indignação e a insatisfação da nossa sociedade, que clama por mudanças e por um Brasil justo, com emprego, com acesso à saúde e educação. No entanto, essas conquistas devem vir através das lutas democráticas, onde a sociedade tenha seus direitos preservados. A saída, com toda certeza, não é a intervenção militar e só quem sofreu na pele ou conhece a história desse país, sabe do que estamos falando. Portanto, a saída é eleger, nas eleições de outubro, governantes e parlamentares comprometidos com o desenvolvimento do país, com a valorização do trabalho, com o emprego e com a democracia.
Essa drástica realidade brasileira atinge diretamente os trabalhadores e a maioria da população. Para os caminhoneiros, a situação talvez seja ainda pior, afinal eles têm uma jornada de trabalho que pode chegar a 24 horas, por conta dos prazos de entrega das cargas; o que ganham no mês deixam quase tudo nos pedágios, nos mecânicos, no óleo, no diesel e tantas outras despesas obrigatórias para o exercício da profissão.
Os autônomos, cerca de 70% da categoria, ganham em média quatro salários mínimos e não têm direito a férias, 13º salário, FGTS, seguro saúde e muitos são obrigados a ingerirem substâncias prejudiciais à saúde para se manterem acordados nas estradas. Além disso, são obrigados a passar até 20 dias longe da família, com risco de assaltos e a intempérie nas rodovias. Por tudo isso, e por lutarem para diminuir os valores dos combustíveis, que atinge a todos nós, todo apoio à greve dos caminhoneiros, em defesa da democracia brasileira!
