ESTIMULAR O VOTO
Jornalista João Franzin*
Segundo institutos de pesquisa, amplos setores do eleitorado parecem não querer votar nas eleições que se aproximam. Outros anunciam voto em branco ou nulo. A persistir tal tendência, o pleito em outubro baterá recorde de abstenção ou de votos em branco ou nulo.
O sindicalismo está desafiado a tomar posição frente a esse quadro. Primeiro, valerá identificar que setores e classes estão mais desalentados. Identificados, caberá armar ações junto a esses eleitores e as entidades que se relacionam com eles igrejas, sindicatos, associações de moradores, entidades que lutam por moradia, hip-hop etc.
Se muito não pode, alguma coisa o movimento pode fazer. Por exemplo: as entidades, em suas redes e boletins, podem massificar o valor e sentido cívico do voto. Aqui na Agência, nossos materiais dizem mais ou menos assim: - Se você não abre mão do direito a férias, ao 13º, ao FGTS, por que abriria mão do direito de votar?
Mais isso é pouco. O voto deve ser movido pelo não e pelo sim. Primeiro, portanto, indicar em quem não se deve votar e por quais motivos. Segundo, indicar o perfil do candidato que merece o voto do trabalhador e por quais razões.
A primeira atitude faria uma peneira nos candidatos conservadores, que, embora pareçam comprometidos com as causas populares, acabam votando contra os interesses dos trabalhadores. O não explícito marcaria a testa de quem deve ser excluído das opções do eleitorado mais pobre ou da classe trabalhadora - da ativa, aposentado ou pensionista.
O sim é autoexplicativo. Ele indicaria o perfil das candidaturas populares, merecedoras de apoio e voto.
*João Franzin é jornalista e sócio fundador da Agência Sindical
Artigo Publicado na sua coluna, em 12/06/2018