A FILA DO DESEMPREGO E A ESPERANÇA DO TRABALHADOR BRASILEIRO
Por Suely Torres
A crise econômica que atinge o país, há quase meia década, tem levado o trabalhador brasileiro ao desespero em busca de emprego. A luta para sobreviver em meio a tantos problemas sociais é constante, onde o trabalhar tenta encontrar alternativas para garantir melhores condições de vida para ele e suas famílias.
O governo Temer afirmou para toda nação que a famigerada Reforma Trabalhista, aprovada o ano passado, iria gerar milhões de empregos, além de modernizar as relações de trabalho. Mais uma vez, o governo mentiu, causando indignação e revolta na sociedade que vem perdendo a esperança na possibilidade de dias melhores.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os desempregados, pessoas que gostariam de continuar trabalhando mais tempo e os que desistiram de procurar emprego, a taxa chega a 24,7%, dando um total de 27,7 milhões de brasileiros nessas condições, ou seja, desempregados.
Para se ter uma ideia dessa dura realidade do desemprego, vamos pegar o exemplo do que aconteceu no Sindicato dos Comerciários de São Paulo na semana de 16 a 20 de julho, onde, em parceria com algumas empresas, ofereceu 1.800 vagas para o setor do comércio e, apenas no primeiro dia, compareceram mais de 10 mil pessoas formando uma fila quilométrica.
Muitas dessas pessoas (desempregadas em média há oito meses), são jovens, profissionais com diploma de nível superior como psicólogas, assistentes sociais, engenheiros, professores, entre outras com formação universitária, além das que possuem o segundo grau completo, porém, não conseguem emprego nem mesmo fora de sua área profissional.
É importante ressaltar que inciativas como essa do Sindicato dos Comerciários são louváveis e mostram a responsabilidade e a preocupação que a entidade tem com os trabalhadores. Sabemos que ações como essas não irão resolver a questão do desemprego do país, porém, contribuem para melhorar a vida de vários trabalhadores. Parabéns aos companheiros dos comerciários. Atitudes como essas devem ser seguidas por outros sindicatos, como uma das formas de luta contra o desemprego.
Esse exemplo mostra o quanto o desemprego no país só tem aumentado, assim como a desesperança dos trabalhadores, cujo único pecado é encontrar um trabalho para sustentar suas necessidades e sobreviver em um país que virou sinônimo de desespero e da falta de perspectivas de um futuro melhor para seu povo. Desabafa Pedro Pereira, presidente interino do nosso Sindicato.